Notório personagem de Graciliano Ramos, Alexandre narra as aventuras da sua mocidade no nordeste rural. A primeira e principal delas trata do dia em que, por ocasião de ir buscar uma égua fugida, ele sofre um acidente no olho esquerdo que transforma a sua forma de ver o mundo. O universo fantástico de Alexandre coloca em suspenso as estruturas do real, oferecendo em seu lugar uma trama de aventuras da visão e da linguagem. Através de uma interpretação nietzschiana da narrativa, descobrimos como o olhar mobilizado – “solar” – vê melhor que o refalsadamente contemplativo, distante como a lua. Todo olhar é sempre comprometido. O mistério e a aventura estão no seu alcance.
Striking character of Graciliano Ramos, Alexandre narrates the adventures of his youth in the rural northeast. The first and main one deals with the day on which, when trying to capture an escaped mare, he suffers an accident in the left eye that transforms the way he sees the world. The fantastic world of Alexandre challenges the structures of reality, offering in its place a web of adventures of vision and language. Through a Nietzschian interpretation of this narrative, we discover how the eye called – “sun” – sees better than the one which is contemplative, distant as the moon. Every look is always compromised. Mistery and adventure are within his reach.