Arthur Danto, em uma importante passagem de seu livro de ontologia da obra de arte - A transfiguração do lugar-comum, defende uma ligação intrínseca entre interpretação e obra de arte. Curiosamente, nesta, Danto dialoga com a obra George Berkeley: se para Berkeley os objetos existem porque são percebidos, para Danto as obras de arte existem porque são interpretadas. O artigo persegue essa aproximação e investiga os problemas que resultam. Trabalha a noção de mundo da arte como espaço das razões do artístico para as obras de arte e aí descobre uma analogia com a solução de Berkeley para o problema da existência de objetos não percebidos, encarnada na figura de Deus.
Arthur Danto, in an important passage from his book on the ontology of the work of art - The Transfiguration of the Commonplace, argues for an intrinsic link between interpretation and the work of art. Curiously, in this passage, Danto establishes a connection with the work of George Berkeley: if for Berkeley objects exist due to being perceived, for Danto works of art exist in virtue of being interpreted. The article follows this direction and examines the problems that result. It then takes the notion of the world of art as being a space of reasons for works of art and finds in it an analogy for Berkeley's solution to the problem of the existence of non-perceived objects, embodied in the figure of God.