Este artigo consiste em uma análise do trabalho Perigosos, subversivos, sediciosos [Cadernos do povo brasileiro] da artista plástica Leila Danziger, que integrava a exposição Hiatus: a memória da violência ditatorial na America Latina, sob a curadoria de Márcio Seligman-Silva. A exposição, montada no Memorial da Resistência de outubro de 2017 a março de 2018, foi o resultado de uma proposta a oito artistas a que trabalhassem sobre o relatório final da comissão da verdade. Este artigo pretende comparar estratégias sobre como elaborar a memória de Auschwitz, temática que ocupou os debates estéticos europeus sobretudo nos anos 1990, com a estratégia utilizada por Leila Danziger. Pretendo mostrar que a estratégia artística corresponde aos problemas concretos ligados à dificuldade do Brasil em prestar contas com seu passado ditatorial.
This article consists of an analysis of the work Perigosos, subversivos, sediciosos [Cadernos do povo brasileiro] of the visual artist Leila Danziger, who integrated the exhibition Hiatus: a memória da violência ditatorial na America Latina, under the curatorship of Márcio Seligman-Silva. The exhibition, assembled at the Memorial da Resistência from October 2017 to March 2018, was the result of a proposal to eight artists to work on the final report of the ”Comissão da Verdade”. This article intends to compare strategies on how to elaborate the memory of Auschwitz, a theme that occupied the European aesthetic debates above all in the years 1990, with the strategy used by Leila Danziger. I intend to show that the artistic strategy corresponds to the concrete problems related to Brazil's difficulty in accounting with its dictatorial past