O presente artigo busca pensar a alteridade da linguagem a partir do vazio enquanto condição de sua existência. A partir da leitura empreendida por Maurice Blanchot em “Le problème de Wittgenstein” que, por sua vez, estabelece uma aproximação entre Gustave Flaubert, Wittgenstein e Raymond Roussel, impõe-se a necessidade de pensar de que forma a estrutura da linguagem aponta para um vazio que se realiza sempre na possibilidade de se dizer de um outro modo. Portanto, a reflexão aqui posta se articula no sentido de aquiescer as interpretações wittgensteinianas mediante a forma como Flaubert e Roussel pensam a linguagem em sua relação com o vazio que lhe é próprio.

The present article seeks to think about the alterity of language based on emptiness as a condition of its existence. Drawing from Maurice Blanchot's analysis in “Le problème de Wittgenstein”, which in turn establishes a rapprochement between Gustave Flaubert, Wittgenstein and Raymond Roussel, it becomes necessary to consider how the structure of language points towards an emptiness that is always realized in the possibility of saying something in another way. Therefore, the reflection presented here is aimed at acknowledging Wittgensteinian interpretations through the way Flaubert and Roussel conceive language in its relation to the emptiness inherent within it.