Neste artigo, analiso a relação entre descolonização e estética, passando pelos conceitos de interdição e ressignificação como caminhos para uma possível reestetização no campo das imagens. Considerando que a visibilidade é o pressuposto central da marcação colonizadora dos corpos nas categorias de raça e gênero, utilizo o conceito de colonialidade do ver proposto por Joaquin Barriendos em meio a uma crítica do regime visual racista, deslocando-o para também abordar o regime visual misógino e sexista. Todavia, levanto a hipótese de que esta situação se complexifica quando lidamos com identidades marginalizadas que não são necessariamente visíveis, como, em alguns casos, as orientações sexuais desviantes. Nessa direção, parto do conceito de invisibilidade lésbica proposto por Adrienne Rich para propor uma terceira estratégia de reestetização descolonizadora, além da interdição e da ressignificação: a produção de uma nova cultura de visibilidade.
In this article, I analyze the relationship between decolonization and aesthetics, through the concepts of interdiction and resignification as means for a possible reestheticization in the scope of images. Considering that visibility is the central mechanism in the colonizing marking of bodies in the categories of race and gender, I use the concept of coloniality of seeing proposed by Joaquin Barriendos as a critique of the racist visual regime, displacing it to also approach the misogynist and sexist visual regime. However, I raise the hypothesis that this situation becomes more complex when we deal with marginalized identities that are not necessarily visible, such as, in some cases, deviant sexual orientations. In this direction, I use the concept of lesbian invisibility proposed by Adrienne Rich to propose a third strategy of decolonizing reestheticization, in addition to interdiction and resignification: the production of a new culture of visibility.