O que é uma linha de fuga? Consideração a partir do conto “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa
Daniel Silva Moraes
Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)
Montes Claros (MG)
Alex Fabiano Jardim
Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)
Montes Claros (MG)
SILVA MORAES, Daniel; JARDIM, Alex Fabiano. “O que é uma linha de fuga? Consideração a partir do conto ‘A terceira margem do rio’, de Guimarães Rosa ”. Viso: Cadernos de estética aplicada, v. 11, n° 20 (jan-jun/2017), p. 16-30.
Aprovado: 22/02/2017 · Publicado: 29/06/2017
O que é uma linha de fuga? Consideração a partir do conto “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa

A proposta do texto é analisar o conto "A terceira margem do rio", de João Guimarães Rosa, publicado em 1962 no livro Primeiras estórias. Problematizamos o conto a partir de uma conversação com a filosofia de Gilles Deleuze, em especial o conceito de linhas de fuga. Para Deleuze, ‘fugir’ é um ato que nos conduz a um novo modo de vida. Enquanto ato de coragem, ‘fugir’ possui o sentido de romper com o que é estabelecido. Dessa maneira, podemos pensar o ato do pai que abandona absolutamente tudo e se implica com o rio como a desterritorialização maior e mais radical. Uma sorte de delírio que faz com que um homem simples traia seu próprio tempo e história; desvia seu rosto dos antigos códigos, abandonando aquilo que o "prendia à terra", para experimentar um outro devir.

Palavras-chave:
Rosa; Deleuze; fuga
What is a line of flight? Remarks based on Guimarães Rosa’s “A terceira margem do rio”

The text analyzes the short story “A terceira margem do rio”, by João Guimarães Rosa, published in 1962 in the book Primeiras estórias. We problematize the story through a conversation with the philosophy of Gilles Deleuze, especially the concept of lines of flight. For Deleuze, the “flight” leads us to a new way of life. As an act of courage, the “flight” has the sense of breaking with what is established. In this way, we can think of the act of the father who abandons absolutely everything and mixes with the river as the greater and more radical deterritorialization. A kind of delirium that makes a simple man betray his own time and history. He turns his face from the old codes, abandoning that which “bound him to the ground” to experience another becoming.

Keywords:
Rosa; Deleuze; flight