A indecidibilidade entre arte e não-arte, inerente à cena artística desde Marcel Duchamp e característica fundamental do regime estético das artes, será tomada aqui como ponto de partida para pensar as intervenções do coletivo Forensic Architecture. Atuando entre tribunais internacionais de direitos humanos e museus de arte contemporânea, suas montagens lidam com vídeos, simulações 3D, diagramas, entrevistas, reconstruções arquitetônicas, sempre partindo de litígios reais cujos vereditos foram dados em situações de assimetria de poder. Independentemente de ser ou não-arte, o Forensic usa os espaços da arte e este “estado de arte sem arte” como fórum necessário para ampliar o debate sobre o que podemos ver, como recortamos o que cabe ser visto, qual nossa responsabilidade sobre o visível. Eles trazem para dentro do museu e do campo paradoxal da arte contemporânea um debate complexo sobre política, justiça e bem comum.
The indecidibility between art and non-art, intrinsic to the art world since Duchamp and main feature of the aesthetic regime of the arts, is used in the article to think about Forensic Architecture interventions. Acting between international courtrooms and art museums, their installations deal with videos, 3D simulations, diagrams, interviews, architectonic reconstructions, focusing in real conflicts and the assimtery of power. Beyond its artistic condition, assuming its “state of art without art”, they appropriate art institutions as a forum to amplify the debate on what we can see, how we frame it and our responsability to the visible. They bring into the paradoxical field of contemporary art a complex debate on politics, justice and common good.