Este artigo propõe uma análise do conceito benjaminiano do sem-expressão [Ausdruckslose] e da crítica a bela aparência expostos no ensaio sobre as Afinidades eletivas de Goethe a partir de uma compreensão aprofundada da origem hölderliniana do conceito. Com isto, pretende-se questionar leituras como as de Jan Urbich e Winfried Menninghaus, que associam, respectivamente, o conceito do sem-expressão às influências de Hegel e Kant na obra de Benjamin. Reforçando a importância de Hölderlin para a crítica benjaminiana, pretende-se demonstrar como a crítica do ideal clássico de beleza em Benjamin é herdado de uma crítica análoga à bela aparência que se desenvolve na obra do poeta alemão e encontra no conceito de cesura sua forma mais acabada.
This article proposes an analysis of Benjamin’s concept of expressionless (Ausdrucklose) and his critical approach to the beautiful appearance, both exposed in his essay about Goethe’s novel Elective affinities, having its origin on Hölderlin’s concept of caesura as background. With the emphasis on the relations between Benjamin’s art theory and Hölderlin’s writings, we pretend to question the interpretations of Jan Urbich and Winfried Menninghaus, who associate Benjamins’s expressionless with, respectively, Hegel and Kant. We will demonstrate that Benjamin’s contestation of the classical ideal of the beautiful appearance is deeply connected with an analog